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Como funciona a humanização no atendimento de pessoas com tuberculose

Adoção de protocolos de cuidado humanizado contribui com promoção do bem-estar e da cura

dos pacientes diagnosticados com TB

A humanização no atendimento não é uma metodologia recente, mas sua prática na saúde ainda é pouco difundida. O objetivo da abordagem é aprimorar a relação médico-paciente, promover a qualidade de vida e a adesão ao tratamento. Como resultado, o paciente ganha conhecimento e autonomia em seu processo de autocuidado.


A vinculação entre profissional e paciente é especialmente vantajosa no atendimento de pessoas diagnosticadas com tuberculose. Isso porque muitos pacientes abandonam o tratamento após a sexta semana, quando começam a apresentar melhora dos sintomas.


Sem a medicação contínua, a doença tende a se tornar mais forte e mais agressiva, diminuindo as chances de cura. Não por acaso, a tuberculose é um problema de saúde pública em nível mundial.


Se o serviço de saúde não estiver apto a diagnosticar os casos – e se os pacientes não conseguirem aderir ao tratamento – a doença tende a se tornar ainda mais letal. Por isso, as equipes de saúde precisam ter uma conduta qualificada desde o primeiro atendimento.


Em uma conduta humanizada, as relações se tornam menos impessoais e mais solidárias. Os familiares também são convidados a atuar ativamente na assistência à saúde e, assim, a pessoa tem mais chances de obter a cura da tuberculose.


A humanização da saúde no Brasil

Em 2003, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou a Política Nacional de Humanização (PNH) – HumanizaSUS. A PNH visa efetivar os princípios de universalidade, integralidade e equidade do SUS no cotidiano de trabalhadores e usuários do sistema.


No atendimento humanizado, as relações de cuidado são pautadas pela atenção e pela empatia. Na prática, para realizar um atendimento humanizado, o profissional precisa adotar uma série de procedimentos, como olhar o paciente nos olhos e chamá-lo pelo nome; dispensar um tempo minimamente razoável para conhecer o caso durante a consulta; considerar as questões e o estilo de vida quando for necessário implementar mudanças de rotina; e não menosprezar as angústias e queixas do paciente.


A falta de informação, a dificuldade de conhecer os sintomas e as condições ambientais faz com que a tuberculose seja registrada mais comumente entre indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social. Por isso, durante a consulta, é fundamental compreender o universo do paciente.


A busca de sintomáticos respiratórios na atenção básica constitui uma atitude humanizada, uma vez que promove a saúde e previne agravos.


Caso diagnosticado, o tratamento diretamente observado (TDO) é a estratégia que mais tem se mostrado satisfatória. Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o TDO diminuiu as chances de abandono. Mas engana-se quem pensa que isso acontece exclusivamente pelo controle: o TDO funciona pelo vínculo que se constrói no processo de cuidado.


Como o contato é diário, os profissionais da saúde podem criar um espaço confortável para que o paciente possa falar de medos, dúvidas e angústias mais livremente. Diante de tamanho cuidado, o paciente tem mais chances de aderir ao tratamento de forma efetiva, chegando à cura com frequência.


A implementação de processos humanizados, no entanto, encontra diversos entraves: dificuldade de entendimento das pessoas que procuram atendimento, falta de equipamentos e recursos estruturais nas unidades de saúde, filas de espera para consulta e mais pacientes do que os profissionais podem dar conta.


Nesse sentido, o HumanizaSUS oferta estratégias e metodologias de apoio para mudanças sustentáveis de atenção e gestão a partir da inclusão de trabalhadores, usuários e gestores do sistema nos processos de trabalho.


A iniciativa valoriza as redes de trabalho, as rodas de conversa, o acolhimento de demandas e sugestões, a gestão aberta aos trabalhadores e a reinvenção de métodos. Juntas, essas estratégias promovem a coparticipação de todos os cidadãos na construção de uma saúde preventiva e curativa, em âmbito individual e coletivo. Isso, claro, sem falar no acolhimento – uma estratégia de zero custo, resolutiva, acessível e sem contraindicações.







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