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Presídio de Biguaçu adapta rotina para evitar propagação da tuberculose durante pandemia

Seguindo os protocolos orientados para coronavírus, equipe de saúde da unidade continua investindo na prevenção da tuberculose e demais infecções, para promover o cuidado entre a comunidade carcerária, que envolve pessoas privadas de liberdade e servidores



Fotos: Presídio Regional de Biguaçu



A pandemia provocada pelo novo coronavírus alterou as rotinas das unidades prisionais mundo afora. Em muitos locais, a tentativa de restringir a circulação do vírus – e minimizar as chances de contaminação entre a comunidade carcerária –, porém, resultou na limitação de consultas médicas para casos emergenciais e na suspenção temporária de ações de busca ativa.


Embora seja eficaz para conter o coronavírus, essa pausa nos atendimentos pode comprometer a saúde de pessoas com outras infecções, como tuberculose (TB) e HIV. Um estudo da organização Stop TB Partnership, por exemplo, sugere que as medidas de prevenção contra o coronavírus deverão levar a população a mais 6,3 milhões de novos casos de tuberculose do que o esperado para os próximos cinco anos.


A fim de evitar a propagação da tuberculose – e o agravamento de eventuais casos –, o Presídio Regional de Biguaçu, em Santa Catarina, adaptou sua rotina para manter os procedimentos padrão.


Atualmente, a equipe composta por uma enfermeira, uma técnica de enfermagem e uma estagiária de saúde qualificou ainda mais a anamnese realizada entre as pessoas que ingressam na unidade. Nesse primeiro atendimento, todas realizam ainda teste rápido de HIV, hepatite e sífilis.


A equipe também busca possíveis sinais de TB, como tosse por mais de três semanas, suor à noite, cansaço e falta de apetite, através de entrevista detalhada. Sendo a tuberculose uma infecção considerada oportunista, devido à capacidade de ação em pessoas imunodeprimidas, todo indivíduo com seu quadro de saúde comprometido (pessoas que vivem com HIV ou em tratamento para câncer, por exemplo) também realiza exames, independentemente da presença de sintomas.

Caso algum diagnóstico seja positivo, o tratamento tem início imediato.


“Diante de um diagnóstico positivo para HIV, por exemplo, realizamos exame de rastreamento de tuberculose pulmonar e teste tuberculínico, além da consulta com médico infectologista”, explica Luciane Knopf da Luz enfermeira responsável técnica pelo setor de saúde do Presídio Regional de Biguaçu.


Casa de passagem


A unidade prisional de Biguaçu é uma daquelas conhecidas como “casa de passagem”, em que as pessoas permanecem privadas de liberdade enquanto aguardam julgamento e/ou transferência.


A alta rotatividade da unidade aumenta as chances de transmissão de infecções e, ainda, inviabiliza a assistência em longo prazo, dificultando que pessoas diagnosticadas com tuberculose cheguem ao final do tratamento (que é de, no mínimo, seis meses) com o apoio da equipe do início.


Ainda assim, os profissionais da unidade de Biguaçu prestam atendimento integral, considerando a continuidade do tratamento em outra unidade prisional ou em unidade extramuros.


“Fazemos diagnóstico, prescrevemos medicação, realizamos todos os exames, mas, depois que a pessoa sai, ela vai precisar manter o tratamento”, explica Luciane. Nesse sentido, a comunicação entre as unidades de saúde é essencial.


Da mesma forma, todos os profissionais que atuam em unidade de saúde devem conhecer os fluxos e os procedimentos de saúde para casos de transferência, reingresso e saída em liberdade de pessoas em tratamento de tuberculose ou TB-HIV.


Para saber mais sobre o assunto, acesse aqui o manual “Orientações para Transferência e Livramento de Pessoas Privadas de Liberdade em Tratamento da Tuberculose no Sistema Prisional Brasileiro”, lançado pelo Ministério da Saúde e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) neste ano.


Sobre a tuberculose


A tuberculose é uma infecção grave, mas altamente curável, desde que o tratamento seja cumprido em todas as etapas, até o final. Geralmente após 15 dias de tratamento ininterrupto, a pessoa deixa de transmitir a TB, podendo conviver normalmente com as demais pessoas.




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